Biografia Zero Massive
por Zyan Capristano
“A relação de qualquer português com o Mar é inerente e inevitável. Alguns ignoram essa ligação, outros aproveitam-na e criam o que sempre deveria ter existido.
Zero Massive, como o nome sugere, é em partes iguais intrinsecamente pesado e distantemente atmosférico.
A vastidão maciça do fundo dos oceanos, onde nós, como humanos, nunca fomos destinados a chegar, justaposta com a mesma água acima de nós na troposfera aberta, apresenta um conceito de base envolvente sobre o qual a fundação equilibrada, mas sonoramente polarizada, da identidade da banda é construída. Intros detalhadas e prolongadas e segmentos suaves acumulam-se como sedimentos antigos para construir uma montanha imponente de som.
Este leviatã assenta nos ombros de um power trio de guitarra poderosa, linhas de baixo distorcidas e percussão esmagadora.
Nenhuma Besta Marinha do Mito está completa sem uma cabeça; para os Zero Massive, essa cabeça é Pedro Porto Fonseca que, aos 12 anos, quando frequentava o colégio militar, foi sujeito a uma pletora de nova música pesada pelos seus colegas mais velhos.
Em conversa com Pedro, alguns nomes apareceram recorrentemente como inspirações iniciais – Sepultura, Faith No More, Metallica, Pantera e Nine Inch Nails estavam na sua lista. Foi isso que o levou a pegar na guitarra eléctrica e no seu primeiro pedal de distorção DOD, dando início a uma cadeia de acontecimentos que agora nos traz até aqui.
Mesmo antes do colégio militar, a música já era um aspeto incontornável da vida da figura de proa; aos 9 anos, foi presenteado pelo avô com um saxofone e começou a ter aulas.
No entanto, só em 1995 surgiria o seu primeiro projeto pesado, depois de um amigo ter regressado de férias à Suíça com gravações em VHS de um programa de televisão local chamado Metalla, semelhante ao Headbanger’s Ball.
Estas cassetes VHS trouxeram para casa novos sons como Fishbone, Morbid Angel e Suicidal Tendencies, que contribuíram para a formação da sua primeira banda, Bat Tail.
Apesar de ter sido fortemente influenciado pelos sons dos Tool em 97, por sugestão de um primo, a banda seguinte do Pedro, em 2001, centrar-se-ia nos lados mais suaves do rock, onde tocava guitarra folk. Dois álbuns e dois EPs depois, avançamos para 2009, onde se acende a faísca inicial que viria a ser os Zero Massive.
Remetendo para os seus primeiros tempos de experiência com os vários sub-géneros do Hard Rock, Thrash, Heavy e Prog Metal, esta ideia foi ganhando força, ainda que lentamente, para finalmente ver a atenção que lhe era devida em 2023, onde as coisas foram formalmente postas em marcha.
Em 2024, fruto de anos de desenvolvimento, Zero Massive vê a luz do dia com as contribuições de Mike Ghost (Produtor), João Colaço (Baterista) e Pedro Simão (Baixista).”